sexta-feira, 3 de junho de 2016

A Oposição Classista Combativa e Autônoma ao DCE da Universidade Federal de Goiás (OCCA/UFG) vem por meio desta nota, com muito pesar e revolta, tornar público nossa solidariedade a adolescente de 16 anos estuprada por 33 homens, a qual além de toda violência sexual sofrida foi humilhada ao ter vídeos e fotos do estupro divulgados na internet por seus agressores.
Durante essa mesma semana (22 a 28 de maio), outros casos de violência contra mulheres foram publicizado – uma jovem de 21 anos foi encontrada morta e queimada da cintura pra baixo e uma estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que no ano passado foi vítima de estupro por outro estudante da instituição, suicidou-se. Antemão, também tornamos pública nossa solidariedade à família e amigas das vítimas.
Nesta mesma semana, circulou pelas redes sociais da UFG uma tabela referente ao “InterUFG” onde apresentava pontuações que claramente incentivava a objetificação das mulheres e além da expressão machista,   o racismo e  a transfobia.
Ao nos depararmos com essas notícias fica evidente que não são meras coincidências, mas sim a expressão do cotidiano de violências que as mulheres estão submetidas – desde os assédios nas ruas à morte – e isto, torna-se ainda mais expressivo quando se trata das mulheres da classe trabalhadora, pois são elas quem são exploradas em casa e nos ambientes de trabalho; são elas que choram a morte dos seus filhos e filhas assassinados/as pelo Estado por estes/as são negros(as) e pobres; são elas que dividem o tempo de estudo com o trabalho ; são elas submetidas as péssimas condições de trabalho; são elas submetidas a prostituição; são elas assediadas moral e sexualmente nos seus locais de trabalho e que se mantêm ali porque precisam sobreviver e ajudar no sustento da família , são elas quem são despejadas de suas casas para que aquele lugar dê espaço a prédios para os megaeventos, são elas que veem pistoleiros/fazendeiros matando toda sua aldeia; são elas que precisam deixar seus filhos/as sozinhos para cuidar dos filhos da patroa; são elas que enfrentam horas na fila e precisam brigar por um vaga para matricular o/a filho(a) na creche ou na escola e mais outras incontáveis situações nas quais as mulheres do povo vivem todos os dias.
O racismo e o machismo são opressões de fundamental importância para manter a sociedade de classes, tal como é a que vivemos – sociedade capitalista, de modo que a conjunção dessas opressões toma forma ainda mais extrema e violenta quando somada ao desamparo institucional – o Estado mata e encarcera negros e negras pobres, da periferia, das favelas; zomba quando as vítimas de violência doméstica vão prestar queixa; encaminha a retirada de direito ao nome social das travestis e trans.
Adicionado a isso, os homens da classe trabalhadora violentam as mulheres de sua própria classe – isto é um erro! é uma monstruosidade ! Dispensamos e combatemos a exploração e violação dos nossos corpos e a precarização das nossas condições de vida. Cada homem do povo, que é machista e agressor está colaborando com a exploração de sua própria gente, sendo assim inimigo de sua classe.
Todavia, cada homem pode se unir as mulheres no combate ao machismo, tendo humildade para ouvir as mulheres, se colocando a disposição para aprender com elas e respeitá-las, revendo posturas machistas e intervindo junto a outros homens não se acovardando, mas sim lutando para combater aquilo que nos mata !  
Sem ilusão de que podemos depender do Estado racista, machista e lgbtfóbico, é urgente para nós, mulheres do povo, nos organizarmos e construirmos a autodefesa, pois o Estado é a genuína expressão de controle de uma classe sobre a outra e serve aos interesses dos inimigos do povo. Precisamos lutar por nossos direitos, pois eles não são migalhas, não esquecendo que somente nós podemos conquistar nossa própria liberdade.
Precisamos popularizar iniciativas de construção de comitês de autodefesa e nos protegermos das violências cotidianas e todas suas expressões, munidas com combatividade e solidariedade de classe – nos organizamos ou morremos!

O MACHISMO, O RACISMO E A EXPLORAÇÃO PELOS PARASITAS DO POVO NOS MATA TODO DIA !
MULHERES NA LINHA DE FRENTE CONTRA O MACHISMO E PELA EMANCIPAÇÃO DO POVO!







sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Repressão em Goiás: seguimos resistindo.

O Caldeirão Ferve !!! 


 http://cdn.diariodegoias.com.br/images/stories/imagens/2016/ocupacao_de_estudantes_na_seduce_fevereiro_2016.jpg

A luta pela educação 



Desde o meio do ano de 2015 em Goiás, vem-se desenrolando uma luta em defesa da educação pública. O governador Marconi Perillo (PSDB) manifestou interesse de repassar a administração de escolas públicas as  organizações sociais e algumas escolas para a polícia militar poder gerir, atitudes que não resolveria e nem resolverá em nada os atuais problemas enfrentados pela educação pública. Frente a esses ataques secundaristas,professores da rede pública, estudantes e professores universitários e apoiadores se organizaram para resistir. Os métodos de resistência escolhidos variaram desde tentativas de diálogo com o governo até ocupações de escolas e prédio administrativo do Estado (Secretaria de Educação Cultura e Esporte-SEDUCE). Para tentar acabar com o movimento de resistência o governador utilizou de duas táticas: Uma criminosa, que foi o rompimento do duto de gás de uma escola feito por um possível policial a paisana (P2), a outra legal, mas não menos nociva, colocando a PM para fazer terror psicológico nas escolas ocupadas e alem disso, notando que mesmo com o terror planejado os estudantes não arregariam, a mando do governador policias do seviço de inteligência da PM invadiram algumas escolas expulsando os alunos, a maioria menor de idade, de dentro da escola na base da porrada. Um fato mais recente da truculência exercida pelo estado contra aqueles que lutam foi a desocupação da SEDUCE no dia 15 de fevereiro , que foi feita de maneira teatral pelas tropas de elite da PM (BOPE,GRAER e CHOQUE) com direito a discurso hipócrita de tenente coronel do choque no momento da prisão. Na desocupação 31 pessoas foram presas, desde secundaristas menores de idade ate um professor doutor da Universidade Federal de Goiás (UFG). 



A luta pelo transporte



  http://aredacao.com.br/upload/content/manifestantes-detidos-apos-ocupacao-da-seduce-go-sao-liberados.jpg

Nesse ano os empresários do transporte aliados a prefeitura (PT) utilizaram da mesma manobra do ano passado de aumentar o valor da tarifa no bado de carnaval  para evitar qualquer forma de resistência imediata. Não foi imediata, mas a resistência ocorreu.Foi construído um ato no dia 12 de fevereiro, onde a juventude foi as ruas e mostrou o calor da sua revolta passando a mensagem de que não aceitariam outro aumento absurdo.Outro ato foi chamado pela Frente de Luta no dia 17 de fevereiro, a manifestação cobrava a revogação do aumento da tarifa e repudiava a prisão de 31 pessoas na desocupação da SEDUCE e mostrava sua solidariedade para com os presos, mais uma vez a policia militar agiu com violência, uma adolescente foi arrastada teve sua  roupa rasgada e foi espancada por diversos policiais militares,as pessoas que participavam do protesto perceberam e tentaram impedir que a violência continuasse , ao decorrer dessa ação a PM fez um cerco ao ato e prendeu 16 pessoas onde um menor de idade ainda se encontra preso , curioso notar que Wendel ,o jovem estudante que se encontra preso, é morador da periferia de Goiânia e novamente o judiciário goiano nos mostra o seu caráter de classe perseguindo pobre que ousa lutar . faz um tempo que sabemos que a polícia protege os interesses dos ricos, dos patrões, dentre as variás experiências  existentes está a operação 2,80 que teve inicio pelo descontentamento dos grandes empresários do transporte público com as manifestações espotâneas nos terminais de ônibus , vale lembrar também que toda operação foi baseada em relatos e fotos de seguranças privados das empresas de ônibus. Nos esclarece bastante a ligação que entre as empresas do transporte público com o Estado quando as 31 pessoas presas na desocupação da SEDUCE foram encaminhadas a delegacia por um ônibus cedido pela RMTC. 



Da insatisfação a resistência


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Diante de todo esse cenário de repressão a nossa defesa, a defesa dos oprimidos, é a resistência e a solidariedade. Precisamos continuar resistindo, mesmo perante as prisões arbitrárias, e expandir nossa resistência massificando-a, quanto maior a resistência e mais avançada as formas de resistir mais próximos estaremos da vitória. Precisamos mais do que nunca mobilizar aqueles que estão desmobilizados, somar á nossa luta todos aqueles que moram em nosso bairro, todos aqueles que estudam ou trabalham com a gente. Juntos somos capazes de coisas maravilhosas e temos a força de enfrentar qualquer ataque contra nossa classe , que é a classe dos trabalhadores,dos oprimidos, enfim, dos pobres. 

  


Resistiremos ! 

Avançar no trabalho de base para alcançarmos a vitória! 

Não tem arrego !  

Liberdade a Wendel !